
Numa esquina da avenida mais movimentada, às sete da noite, o sinal fica verde, entretanto a carroça do papeleiro não se mexe. Os motoristas começam a buzinar.
O papeleiro agita as rédeas, faz um som esquisito com a boca, e nada adianta. O cavalo empacou.
Os motoristas, já numa fila de incontáveis faróis e buzinas, com o que lhes resta de forças depois de mais um dia cansativo e estressante em seus escritórios e repartições, gritam, xingam, amaldiçoam.
O papeleiro, por sua vez, com o que lhe resta de fôlego depois de mais um dia de sol pelas ruas da cidade, os braços fracos de abrir lixeiras desde as seis da manhã, desce da carroça empunhando um cabo de vassoura e grita, bate, espanca.
E o cavalo, com o que lhe resta de si depois de mais um dia que ele nem sabe que passou, com a fome de hoje somada à de ontem e anteontem que o deixam lerdo e confuso, ajoelha-se, de olhos fechados, como quem reza para morrer.
O conto acima foi escrito por Leonardo Brasiliense com o título “Solidariedade” e estou publicando com autorização do autor.
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Catarino,
ResponderExcluirO conto retrata uma realidade. Há alguns carroceiros que maltratam justamente aquele que garante seu pão do dia a dia.
Abraços.
Catarino,
ResponderExcluirÉ uma bonita parábola. Quantas vezes não ignoramos as carências daqueles que, sem nada pedir, nos acompanham na vida? Quantas vezes o nosso egoísmo apenas tem uma palavra rude para os que nos amam?
Abraços
Luísa
O conto tem tudo a ver com a realidade em que vivemos. É um absurdo, permitir o uso de carroças no trânsito das grandes cidades,sobretudo aqui em Porto Alegre, porque nas outras grandes metrópoles brasileiras, como Florianópolis, Curitiba, SP. RJ, etc...já é há muito tempo proibido.
ResponderExcluirAbraços!
Ah..visite a tag "Recomendo" lá do Brasil do Bem.
Olá, Catarino
ResponderExcluirAcho impressionante como o ser humano, ao presenciar uma cena triste, consegue descrever de uma forma tão magnífica e perturbadora, ao ponto de nós, modestos leitores, fazer nossa mente tentar compreender os mais remotos questionamentos.
É o ser humano, uma cena egoísta produzida por um sendo retratado de uma forma brilhantemente metafórica por outro.
Abraços.
Faço das minhas as palavras do segundo comentário!
ResponderExcluirAqui é o q a gente mais vê embora more na região metropolitana, São Lourenço parece c/ uma cidade de interior, e há vários carroceiros que tumultuam o transito e tratam mal seus animais,alias, eles tratam mal suas crianças tb.
ResponderExcluirBom FDS
Nossa, Catarino, apesar de ficar triste com o que li, tenho a certea de que este conto revela a mais pura realidade...
ResponderExcluirQue triste... São dois extremos tão próximos numa situação do dia-a-dia... Onde está a Solidariedade?
Bjs e bom fim de semana!
Puxa que texto triste, na verdade não é o texto, mas a realidade que ele apresenta né? Quantas injustiças né? ninguém se respeita mais, que dirá respeitar os outros, os animais!!!
ResponderExcluirabraços
Desde mis BLOGS:
ResponderExcluir--- HORAS ROTAS ---
y
--- AULA DE PAZ ----
quiero presentarme
en esta nueva apertura
del eminente otoño.
Tiempo que aprovecho
ahora para desear
un feliz reingreso en
la actividad diaria.
Así como INVITAROS
a mis BLOGS:
--- HORAS ROTAS ---
y
--- AULA DE PAZ ----
con el deseo de que
estos sean del agrado
personal.
Momentos para compartir
con un fuerte abrazo de
emociones, imaginación y
paz. Abiertos a la comunicación
siempre.
afectuosamente :
CATARINO
--- TE SIGO TU BLOG :
DO CATARINO ---
jose
ramon…
Catarino, fiquei emocionada pois aqui, em Pelotas, vejo cavalos menores do que as charretes e visivelmente doentes trabalhando depois das 23 horas. Dá uma tristeza.
ResponderExcluirPelo que vejo dos comentários , a maldade com os animais existe em todas as cidades, aqui já deu vontade de tomar o chicote e bater no "dono" do animal.
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