Sempre ouvi dizer que não
devemos tirar a esperança das pessoas, pois às vezes é tudo o que elas têm. Um
médico quando vai explicar a um paciente que ele tem uma doença grave deve ter
talento para comunicar esse fato de forma que o paciente mantenha a esperança
de cura. A esperança pode ser um remédio que irá ajudar muito no tratamento. O
artigo abaixo, publicado no caderno Vida do jornal Zero Hora pelo médico J.J.
Camargo, trata desse assunto e conta uma história muito interessante.
O grande medo do portador
de uma doença grave é a possibilidade de que esse diagnóstico implique abandono
e solidão. Quando o médico entende isso, de fato se aproxima do sentimento que
consome este tipo de paciente. Há uns anos atrás, recebi no consultório um
arquiteto de 44 anos com uma história terrível.
Ele tinha operado um
melanoma, e durante anos vinha fazendo tomografias de acompanhamento para
detectar uma eventual recidiva da doença. Nesse dia, uma revisão mostrara oito
nódulos espalhados pelos pulmões. Tinham dito a ele que não havia nada mais
para fazer, pois o tumor não respondia à quimioterapia. Condenado à morte,
rondou pela cidade e resolveu desesperadamente ouvir uma segunda opinião antes
de voltar para casa e comunicar a sua família que ia morrer.
Revendo seu caso,
disse-lhe que havia algumas coisas boas: que as lesões pareciam restritas aos
pulmões, que estava em ótimo estado geral e que tínhamos um longo caminho pela
frente. E que iríamos percorrê-lo juntos. Para animá-lo, contei-lhe a história
de um czar, seu urso de estimação e um pobre alfaiate. Um dia, o czar percebeu
que havia caído o botão de sua jaqueta preferida. Sendo um homem vaidoso e
cruel, mandou chamar o alfaiate e o condenou a morte, com execução na manhã
seguinte.
Naquela noite, enquanto
comia a última ceia comentou com o carcereiro que, com sua morte, o czar
perderia a última chance de que seu urso aprendesse a falar. Quando a noticia
correu, o pequeno alfaiate foi levado à presença do tzar que, excitado, ordenou
que começasse a trabalhar com o urso imediatamente. Ele então retrucou que
fazer um urso falar era tarefa muito complicada e que exigiria pelo menos uns
dois anos.
Comutada a pena por este
tempo, e com a advertência de que se em dois anos o urso não falasse, ele se
arrependeria de não ter sido executado, foi liberado e voltando pra casa contou
à mulher a negociação que fizera. Ela o chamou de louco, dizendo: “imagina
fazer um urso falar, logo você que nunca viu um urso de perto!” Ele argumentou
que em troca da execução eminente, agora tinha dois anos e nesse tempo muita
coisa poderia acontecer: “eu posso morrer, o tzar pode morrer e, vá que por aí,
esse bendito urso fale”!
Ao fim da história, ele me
abraçou e se sacudiu num choro bom, embalado por um fio de esperança, e não
importando o quanto parecesse tênue, era o único que ele tinha para segurar.
Nos quatro anos que se seguiram, fizemos cinco operações e retiramos 32 nódulos
dos dois pulmões.
Três anos depois da última
operação, e sete anos depois daquela primeira conversa, ele ligou para o
consultório para contar que acabara de receber a tomografia e que, pela sexta
vez, não mostrava mais nenhum nódulo. Meio chorando, meio rindo, me
confidenciou: achava que o seu urso tinha começado a balbuciar.
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Que lindo! Meu pai está enfrentando um câncer e eu confesso que gostaria que ele tivesse a chance de ter um médico como esse para lhe dar esperança! Um abraço!
ResponderExcluirOlá,meu amigo!
ResponderExcluirNo meu caso como peguei a doença ainda em fase precoce as chances são boas. Meu médico é muito bom, mas muito realista. Para algumas pacientes dele ele não chega a falar que não tem cura, mas fala que é difícil quando o caso é complicado.
Mas um médico que dá esperança ao paciente faz toda a diferença. A boa relação médico-paciente é fundamental.
Abraço!
a esperança é a ultima que morre, se esgotado todos os tratamentos convecionais ainda nos restam tratamentos alternativos, nunca devemos desistir, pois se são placebos não interessa o que importa é que inumeras pessoas já foram salvas por esses tratamentos não ortodoxos, fica minha dica, procurem saber sobre a terapia do limão citrus, do aspargos e mais surpreendente de todas a terapia do Gerson muito importante termos esses conhecimentos, muita saúde a todos e fiquem na paz.
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