A letra partiu da mão e formou o
grão. Voou entre rimas, pousando em novas terras a serem descobertas e ali
germinou, formando palavras, desabrochando em frases, encantado olhares com sua
beleza suave;
O pequeno embrião textual
desenvolveu parágrafos profundos, até se transformar em um poema pronto para se
mostrar ao mundo. Sob o seio de sua sombra descansaram os sonhadores, que
deitados na proteção de seu colo, acalentaram-se em seus versos utópicos, curando
eventuais dissabores;
Na beleza projetada por sua
linguagem, paixões se incendiaram em centenas de cores. Uma parte desses
matizes tomou a forma de amores, enquanto das outras partes sobraram apenas
amargas dores;
As suas curvas poéticas encantaram
romancistas e trovadores, despertando os próprios talentos sobre a figura
escrita que estavam lendo e nelas totalmente se envolvendo.
Do caldo de sua seiva virgem,
autores extraíram o bálsamo para a conquista de suas musas adoradas. E no fruto
em ti formado, se desenvolveram novas ideias que alimentaram mil escritores;
Restaram suas sementes, leves
como a brisa do vento, que enfim voaram pelas memórias de tantos leitores,
germinando em novas mentes. Algumas caindo em terreno fecundo, de onde brota toda
poesia, pois pousaram com maestria e festa na imaginação louca dos poetas.
Autor: Antonio Brás Constante, A letra partiu da mão e formou o grão
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