Wangari vive sob as árvores,
à sombra do Monte Quênia, na África. Ouve o cantar dos pássaros na floresta,
sempre que vai com a mãe buscar lenha para cozinhar, e ajuda-a apanhar as
batatas-doces, a cana-de-açúcar e o milho da terra fértil.
Wangari é boa aluna e, quando
cresce, alta como as árvores do bosque, ganha uma bolsa para estudar nos
Estados Unidos. Seis anos depois, acabado o curso, regressa a casa, no Quênia,
e vê que, entretanto, muita coisa mudara.
“O que aconteceu?”, interroga-se.
“Onde estão as árvores?” Wangari vê as mulheres curvadas sob o peso da lenha
que tiveram de ir buscar a quilómetros e quilómetros de casa. Vê a terra
despida, em que nada cresce.
“Onde estão os pássaros?” Milhares
de árvores foram cortadas para construir edifícios, mas ninguém plantara novas
árvores em substituição. “O Quênia inteiro irá converter-se num deserto?”,
pergunta-se. Wangari pensa na terra seca. “Posso começar por semear algumas
árvores aqui no meu quintal, uma a uma”.
Começa com nove. Ao ver os
pequenos caules ganhar raízes, Wangari enche-se de ânimo para continuar a
plantar e inicia um viveiro. Num descampado, Wangari planta pequenas árvores,
fiada atrás de fiada. Em seguida, convence as mulheres das aldeias de que
plantar árvores é algo de bom. Dá uma pequena árvore a cada uma.
— Verão que nossa vida será
melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar à terra
sementes de esperança.
As mulheres espalham-se pelas
suas aldeias e plantam longas fiadas de pequeninas árvores que se estendem como
um cinto verde por todo o campo. Os funcionários do governo riem-se.
— As mulheres não são capazes de fazê-lo
— dizem eles. — Só os serviços florestais é que sabem plantar árvores.
As mulheres ignoram a troça e
continuam a plantar.
Wangari paga-lhes uma pequena
quantia por cada planta que tenha pegado ao fim de três meses depois da
plantação. É a primeira vez na vida que ganham dinheiro.
A palavra corre como o murmúrio
do vento entre a ramagem: o verde voltou à aldeia de Wangari. Depressa as
mulheres de outras cidades, aldeias e povoados do Quênia começam também a
plantar longas fiadas de pequenas árvores. Porém, o abate não para. Wangari
opõe-se, firme como um carvalho, a fim de proteger as velhas árvores que ainda
restam.
— Precisamos mais de um parque
verde do que de um prédio de escritórios.
Mas os funcionários do governo não
estão de acordo. Wangari impede-lhes a passagem. É presa e metida na cadeia,
sob a acusação de ser uma agitadora. Mantém-se firme. “O que é correto é
correto, mesmo que se fique só”. Mas Wangari não está só.
O seu apelo a favor das árvores
espalha-se por toda a África, como as ondas na água do lago Vitória. Muitas
mulheres inteiram-se da notícia e plantam ainda mais árvores, em fiadas cada
vez mais longas. Os caules ganham raízes e crescem bem alto, a ponto de haver
mais de trinta milhões de árvores onde antes não havia nenhuma.
A floresta verde do Quênia
renasce. As mulheres já caminham de cabeça erguida e costas direitas, agora que
podem apanhar lenha perto de casa. A terra já não está seca. Batata-doce,
cana-de-açúcar e milho crescem de novo na terra escura e fértil.
No mundo inteiro ouve-se falar das árvores de Wangari e do
seu exército de mulheres plantadoras. E quem subir ao cume do Monte Quênia
verá milhões de árvores a crescer lá em baixo, o verde que Wangari fez renascer
em África.
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Autora: Jeanette Winter (Clube das Histórias)
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Caro amigo
ResponderExcluirAs palavras
que trazem mensagens
de esperança,
são preciosas.
Inspiram vidas
e acalmam o mundo.
Que haja em ti sempre
um sorriso,
para enfeitar de beleza a vida.
Aluisio
ResponderExcluirAgradeço suas palavras.