Vivemos correndo e quanto mais corremos menos tempo temos para viver. A
cada dia parece que o tempo está menor e a quantidade de tarefas maior,
tornando sua realização impossível. No texto abaixo o escritor Antonio Brás Constante fala sobre esse assunto, convido que leiam.
A pressa move o mundo moderno. Move tão rápido que as vinte e quatro
horas do dia já não são suficientes para que possamos cumprir com todas as
nossas obrigações. Logo teremos um projeto no senado propondo que os dias
passem há ter trinta horas. Afinal, se políticos já quiseram mudar o curso dos
rios, porque não alterar o tempo também?
Claro que para mudar o calendário
dessa forma haveria a necessidade de se suprimir o sábado. Em compensação o
domingo passaria a ter trinta horas, e com um pouco de ajuda do marketing
moderno (e com muita maionese) a população acabaria acreditando e engolindo que
isso seria algo bom. Os dias ficariam estranhos, a noite invadiria o dia e
vice-versa, mas o poder de adaptação brasileiro (quem sabe a ideia pega e vire
até algo mundial) é incrível e deve se ajustar a este inconveniente fuso
horário caótico.
Mas a pressa não mexe apenas com
a criatividade de nossos políticos e escritores. Cada vez mais vivemos
envolvidos em uma correria louca, e é por causa dessa correria que se criaram
os lanches rápidos, as fotos instantâneas, as comidas prontas, as vias de trânsito
rápido e (principalmente entre os famosos) os tais casamentos rápidos.
Fulano, astro do futebol, contrai
núpcias com Beltrana (expressão estranha, parecida com “contrai doenças”).
Passam a compartilhar de todas as alegrias e dissabores da vida de casados (com
um mundo voyeur a observá-los). Ao final de poucos meses se separam
(em determinados casos, em apenas poucos dias), sem maiores explicações.
Alguns podem achar que isto
acontece porque as raízes religiosas dos noivos lhes impedem de simplesmente
ficarem juntos sem um cerimonial milionário para sacramentar e divulgar essa
união, pois eles encarariam a união sem o ato de se casar como uma obra
pecaminosa, pesando em suas consciências. Após o casamento e toda
superexposição ocasionada por ele, percebem então o erro que cometeram e
resolvem desfazer a união. Isso em alguns casos acontece repetiras e repetidas
vezes, em um eterno ciclo que tentativas e erros matrimoniais, que já há muito
tempo alimentam a indústria de fuxicos e suas incontáveis mídias e revistas
caras.
Para outros, o que existe é a
necessidade do casamento como um compromisso, que mesmo não sendo muito
duradouro, ao menos servirá para que no momento da perda, haja também os
“ganhos”, oriundos da aquisição de parte do patrimônio de seu “ex” cônjuge, e
assim os patos de nosso mundo são feitos de patos e acabam pagando o pato,
fazendo-nos pensar que para alguns o matrimônio pode fortalecer o patrimônio.
O que assistimos com cada vez
mais frequência, são “casamentos” alardeados aos quatro ventos por
celebridades, que juram terem encontrado suas almas gêmeas. Dizem que sua união
é fruto de um amor lindo como cristal e forte como uma rocha.
Na realidade essas metáforas
acabam sendo divulgadas de forma errônea (talvez pela embriaguez causada pela
paixão e toda aquela bebida servida nas festas de casamento). O certo seria
dizer que essas relações são lindas como uma pedra e fortes como cristal. Ao
primeiro choque se quebram em mil pedaços, restando apenas cacos, varridos para
baixo da tal pedra que é colocada sobre o assunto.
Realmente estamos em uma época de
pessoas apressadas. Mas principalmente agora, uma frase antiga se faz valer
como verdade (com um pequeno adendo): “O apressado come cru... Mas paga o preço
do assado”.
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Tendi nada, começa com falta de tempo...aí acho que não teve tempo de terminar e mudou tudo para casamentos de celebridades e tudo o que acarreta isso????
ResponderExcluirNa boa, não gostei!
Realmente! Fugiu totalmente do assunto!
ResponderExcluirse fosse redação pra vest. ou algum tipo de concurso,iria zerar certeza!